domingo, junho 24, 2007

Concreto por Srta. Jones

Solidão
Solidez
Solidariedade
Sólido
Soldado
Soldadeiro
Soldadinhos
Solitude
Solitário
Solipsismo
Solilóquio
Solidéu
Solidário
Solicitante
Solenidade

quinta-feira, junho 07, 2007

Silêncio por Srta. Jones

O papel dizia que o endereço era aquele. Ela conferiu duas vezes para ter certeza de que estava diante do número certo. Tocou a campainha e esperou. Ninguém atendeu. Ela tocou de novo, mas de novo ninguém apareceu. Ela testou a maçaneta, e viu que a porta estava destrancada. Resolveu entrar, pois tinha hora marcada para estar ali dentro, e não queria se atrasar.


A pequena antesala estava escura. Ela conseguiu enxergar uma porta ao final do corredor e se dirigiu até lá. Encostou o ouvido na madeira mas tudo o que havia do outro lado era silêncio. Ficou na dúvida sobre o quê fazer, afinal, àquela hora, deveria haver alguém esperando por ela ali. Ela hesitou por alguns segundos e decidiu que de nada adiantava permanecer naquela saleta vazia. Abriu a porta, e encontrou um largo corredor com outras dezesseis portas. O silêncio grassava.


A situação era extremamente perturbadora. Afinal, por que não havia ninguém ali? Um dia ela recebeu um telefonema avisando-a de um compromisso naquele local, indicando dia e hora em que ela deveria comparecer. Ela não sabia muito bem do que se tratava mas resolveu ir ainda assim, porque não se sentia em condições de dizer não. Chegando lá, não encontrou ninguém. Quem tinha telefonado? Que compromisso era aquele afinal? Alguém estava tentando se divertir às custas dela, talvez. Ela não sabia.


Decidiu que seu tempo era precioso e que deveria ir embora. Antes de ir quis dar uma última chance para que alguém aparecesse. Resolveu gritar, o mais alto que pôde, "Tem alguém aí?". Segundos e minutos passaram e o silêncio continuou. Ela pensou ouvir passos, mas era alguém batendo um martelo perto dali. Passou os olhos por todas aquelas portas e testou-as, uma a uma, para ver se abririam. Todas estavam trancadas.


Parou perto da porta por onde entrou e resolveu gritar de novo. Ninguém respondeu. De novo, ela foi ignorada. Já estava virando um hábito. Um hábito que ela preferia não adquirir.