segunda-feira, abril 02, 2007

Um dia, alegria por Srta. Jones

Ele sempre tinha uma história para contar. Não era fácil ser ele. O tempo todo, todos os dias e anos, pensando e criando e enlouquecendo as pessoas com suas idéias. Ele não era um santo.

Suas crias nos fizeram pensar. Mais do que isso, nos fizeram sentir. Não tinha como alguém não se empolgar diante de tanto entusiasmo, loucura e arte. Só ele conseguia disso. E ele nunca nos decepcionou.

Seus momentos foram aparecendo e se tornando cada vez mais freqüentes e duradouros. Ele era dono de sua obra e ninguém poderia fazer como ele. Era inimitável e merecedor de cada segundo de adoração que atraía. Podia-se dizer mesmo que era um gênio. Mas os gênios sempre vivem por muito tempo.

Com ou sem uma musa, sua arte seria igualmente bela, simples, elétrica e subestimada. E ele sempre fez mais. Hoje mais do que ontem, e assim foi até o dia em que ele não pôde mais. Justamente no momento em que todos se perguntavam: "e agora, do que mais ele é capaz?"

Sempre tão compenetrado, sempre sendo a alma da sua criação. Sempre sorrindo, ou mascando um chiclete. Às vezes de óculos escuros, e algumas mechas caindo sobre os olhos. Sempre um artista, no sentido mais puro e idealista e menos vulgar do termo. Um dia ele teve de ir. Eu só soube três dias antes. Mal tive tempo de me despedir.

Espero um dia vê-lo de novo. Até lá, dançarei todas por você, meu querido.

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